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Pegadinha

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Juros. Crédito: Caio Gomez/CB/D.A PressO Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) publicou na edição mais recente de sua revista uma pesquisa bem interessante sobre o setor bancário. Entre março e maio, o Idec enviou pesquisadores às agências de seis dos maiores bancos do país (Bradesco, Caixa Econômica, HSBC, Itaú, Santander e Banco do Brasil).

Os pesquisadores descobriram que os bancos dificultam a contratação dos empréstimos pessoais – mais em conta – e incentivam os clientes a pegar dinheiro em opções mais caras. Também não vêm informando adequadamente o Custo Efetivo Total (CET), que é tudinho o que a pessoa vai ter de pagar pelo empréstimo.

Quando foram aos bancos, os pesquisadores do Idec solicitaram um empréstimo pessoal de R$ 300 para ser quitado em cinco parcelas. Segundo o Idec, nas agências visitadas de três dos seis bancos, os atendentes sugeriram, ao invés do empréstimo pessoal, o uso do cheque especial (!!!!!!).

E pode isso, Arnaldo? Todo mundo sabe (até quem usa o cheque especial), que ele é a visão do inferno, com as taxas mais altas no mercado. De acordo com o Idec, a taxa de juros para o empréstimo pessoal em um dos bancos ficava em 4,5% ao mês, contra 8,89% do cheque especial. Diferença grande, não é mesmo?

Os bancos vêm realmente reduzindo as taxas de juros para o consumidor nos últimos meses. Reflexo da queda da taxa Selic e do incentivo/ordem da presidente Dilma. Mas não precisam fazer pegadinha com os clientes. Por isso, se precisar de um empréstimo, a pessoa tem de ser bem pentelha e pesquisar bastante.

Lembro que a Caixa Econômica, ainda em abril, obedeceu a presidente Dilma e anunciou a redução dos juros das operações de crédito. O cheque especial, por exemplo, teria uma taxa mínima de 1,35% ao mês. Mas nem todos os clientes teriam direito a esse percentual.

Em maio, o Banco do Brasil também anunciou cortes para quem usasse o pacote de serviços Bom para Todos. Os juros do cheque especial cairiam de até 8,31% para 3,94% ao mês. O empréstimo pessoal também teria um teto de 3,94%. O benefício só iria valer, no entanto, para quem recebesse o salário pelo banco.

No caso da CET, o Idec diz que todos os bancos (com exceção do BB) deram informações incompletas ou incorretas. Em um deles, os juros para empréstimo pessoal estavam em 4,79% ao mês. Mas o custo realmente pago pelo empréstimo seria de 9,24%,

Por que a diferença? Porque o banco dizia que, para conseguir a grana, o cliente teria de fazer um seguro no valor de R$ 27. Pense numa venda casada. Cuidado para não cair nas pegadinhas! Ah, e não custa reforçar que, quanto maior a quantidade de parcelas, maiores serão os juros cobrados.


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